Ken Rockweel é uma figura folclórica no mundo da fotografia. Através de seu site ele divulga idéias e alguns testes práticos que acabam gerando muita polêmica. Alguns meses atrás ele comparou uma Olympus Trip (câmera rangefinder bem antiga) com uma Canon EOS 5D (câmera de sensor Full Frame top da Canon). O surpreendente do teste é que a Olympus Trip ganhou a parada. Ele é tão polêmico que até já criaram o Ken Rockwell Facts dizendo que ele é o Chuck Norris da fotografia. Mas, mesmo sendo polêmico, e as vezes não demonstrando nenhum tipo de padrão técnico em suas análises, Ken fala muito do que a industria fotográfica não quer que seja dito. O mais recente e revelador artigo de Rockweel é a respeito do mito dos megapixels, coisa que todo mundo mais esclarecido sabe, mas que não é divulgado na grande mídia e nem pelos fabricantes em suas propagandas.
Segundo Rockweel, os grandes fabricantes precisavam de um elemento que levasse os consumidores a trocarem de câmera constantemente. O fator escolhido foi a quantidade de megapixels no sensor, ou resolução máxima de cada câmera. Porém, o que o consumidor comum não entende é que a quantidade de megapixels não tem nada a ver com a qualidade da imagem e sim com seu tamanho máximo de impressão. Questões como nitidez da imagem, representação das cores e contraste não são levados a sério, sendo que são fatores bem mais importantes para a qualidade de uma câmera digital. Recentemente, em uma propaganda veiculada em um suplemento de fim de ano da Revista Veja, duas câmeras eram anunciadas como sendo as únicas do Brasil que faziam fotos em Full HD. Ou seja, aproveitando todo o marketing sobre o lançamento da TV Digital os fabricantes estavam empurrando um equipamento que tem como opção fazer fotos em uma definição de 1920x1080, ou seja, 2 megapixels. Mas, poucos fazem as contas. Acabam sendo levados pela propaganda.
Tendo como base a real necessidade do consumidor de câmeras digitais no Brasil, não precisaríamos de equipamentos com mais de 3 megapixels. Ken ainda faz uma boa comparação entre a resolução da imagem (que é a quantidade efetiva de pixels), resolução da imagem no monitor (que é como vemos essa foto no computador) e a resolução de impressão (com o eterno problema da compreensão dos DPIs). Porém, no final, ele cai em seu velho problema que é a comparação da imagem digital com a imagem gerada pelas câmeras analógicas de filme. Ele faz uma defesa apaixonada de suas câmeras analógicas colocando como é possível fazer ampliações gigantes com o negativo de 35mm e tentando fazer um comparativo de quantos megapixels seriam necessários para gerar uma imagem do mesmo tamanho. Por isso, nesse momento, ele cai em contradição.
Megapixels não nos dão parâmetro para classificar a qualidade da imagem. A quantidade de pixels apenas nos informa até que ponto podemos ampliar em papel a cena fotografada. Por exemplo, se o individuo faz no máximo ampliações do tamanho padrão de 10x15 cm, apenas 1 megapixel é suficiente para gerar fotografias de qualidade, enquanto 6 megapixels são suficientes para gerar uma ampliação de 20x30cm com qualidade. Com o filme não existe um limite para essa ampliação, mas isso não é sinônimo de qualidade de imagem, apenas de capacidade de ampliação. Já há algum tempo sabemos que algumas câmera digitais podem gerar imagens com a mesma qualidade da película de prata. Mas, esse é um debate muito violento no mundo da fotografia que tende a durar um bom tempo ainda.
Então, o mais acertado na hora da compra de uma câmera digital é pesquisar os diversos equipamentos que estão disponíveis no mercado. Existem vários sites de reviews na internet com demonstrativos e analises de imagens geradas pelas câmeras. As vezes, uma câmera de 5 megapixels vai ter uma melhor qualidade de imagem do que uma de 12 megapixels.
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